quarta-feira

Início e fim


 




- Eu te amo, disse ele.
- Ama nada, ela respondeu.
- Amo sim, juro!
- Você mal me conhece, não pode me amar.
- Não tenho culpa se já te amo em tão pouco tempo.
- Hum, sei.
- Você não acredita em mim?
- Não sei. Talvez.
- Eu te amo.
- Eu também te amo.
- Oxe! Mas, você não disse que não acreditava?
- Eu também não tenho culpa se já te amo.
- Então, tá!

Conheciam-se há pouco tempo. No máximo, quatro semanas. Foi um encontro casual, entre amigos, num bar, numa noite calma e preguiçosa de domingo. Segundo ele, interessara-se por ela desde o início, algo que ela contesta e ainda há de acreditar. Ela o achou interessante depois de alguns dias, quando conversaram algumas coisas sobre música, filmes, livros e cerveja. As amenidades simples que sempre dão um jeito de juntar duas pessoas diferentes em um único pequeno universo de cultura.

Ela gostava de beber e fumava descontroladamente. Ele bebia pouco e fumava bem menos que ela, passando a fumar mais só para acompanhá-la. Ela não se orgulhava disto. Ela gostava de passar os finais de semana em bares, boates, pubs, bebendo e se divertindo. Ele preferia ficar deitado no sofá de casa assistindo TV e namorando. Foram feitos um para o outro.

A primeira pontada de amor surgiu nela depois que estavam namorando há alguns dias. Ele enviou uma mensagem para seu celular dizendo que estava com saudades. Ela nunca havia sentido saudades dos namorados anteriores e sempre achava brega ficar dizendo que estava sentindo falta. Mas, quando viu a mensagem dele, suas pernas tremeram, seus joelhos amoleceram, seu coração deu um salto e ela suou frio um pouco. Estava apaixonada.

Ele já tinha histórico de paixões súbitas. Era carinhoso, atencioso, caseiro. Coisas que ela não suportava. No entanto, o aceitava com a naturalidade de quem está junto há 10 anos. Eles se entendiam e, quando não concordavam em algo, um sempre fazia um sacrifício para satisfazer a vontade do outro.

Nos próximos cinco meses, o relacionamento apenas aprofundou-se. Não se desgrudavam mais. Ela já não fazia questão de sair do final de semana, havia cortado os cigarros pela metade e mal bebia. Ele, por outro lado, aprendeu a gostar mais de barzinhos e festa, fumando um pouco mais e ultrapassando os limites da bebida, de vez em quando. Estavam entrando em um tipo de equilíbrio de personalidade. Um completava o outro, em quase todas as formas. Já não conseguiam passar muito tempo separados. Metade das coisas dela já estava na casa dele e metade da vida dele já estava na casa dela. Era impossível dizer onde um terminava e o outro começava.

No sexto mês, ele não agüentou. Pediu sua mão em casamento. Ela hesitou por uns 30 segundos, para fazer charme. Mas, as lágrimas começaram a cobrir-lhe o rosto e os dois se abraçaram, ambos chorando de felicidade. Foi marcada a data e pouco tempo depois, casaram-se.

Foi um ano de lua-de-mel. Ninguém acreditava que era possível um amor como aquele. Eram companheiros, amigos, amantes, apaixonados. Haviam comprado um apartamento pequeno, mas cômodo, com uma vista bonita da cidade. Ficavam sentados na varanda abraçados todos os dias quando chegavam do trabalho.

Certo dia, ele trouxe uma garrafa de vinho para a varanda. Sentaram-se um ao lado do outro. Ele pôs seu braço ao redor do pescoço dela e beijou-lhe a bochecha com carinho. Ela aninhou-se em seus braços e beijou-lhe a boca adocicada de vinho.

- Eu te amo, ele suspirou.
- Eu também te amo, ela respondeu.
- Ama mesmo?
- Claro que sim.
- Ainda bem.
- Ainda bem, por quê?
- Porque se não amasse, isso tudo não faria sentido.
- Tem razão. Nossas vidas seriam totalmente diferentes.
- Se não estivéssemos juntos, com certeza estaríamos longe desta cidade.
- Eu estaria na Inglaterra estudando literatura.
- Eu estaria nos Estados Unidos estudando negócios.
- Eu não seria escrava do meu trabalho.
- E eu não teria levar roupa para a lavanderia todo dia.
- Acho que eu estaria ganhando bastante dinheiro como crítica e escritora.
- Provavelmente, eu já teria minha empresa, bem encaminhada.
- Será que seríamos felizes?
- Não sei. Creio que sim.
- Mais do que somos hoje?
- Não sei. O quão feliz somos?
- Não sei. Pelo menos, moderadamente felizes, não acha?
- É, moderadamente. Será que chega a isso tudo?
- Talvez, então, felizes o suficiente para ficarmos juntos.
- E será que vale a pena ficar juntos apenas para sermos: “suficiente felizes”?
- Não sei. Sei que é tudo culpa do amor.
- Maldito amor, estragando a vida de pessoas que poderiam ser extremamente felizes, em vez de apenas felizes o suficiente.
- Pois é. Maldito amor.
- Você me ama mesmo?
- Não sei mais o que pensar. E você?
- Também não sei.
- Eu acho que precisamos decidir isso.
- Eu não te amo.
- Eu também não.

Bocas e Línguas

sábado

Es usted.







Niña: Siempre estare aqui para ti.
Niño: Lo se.
Niña: ¿Que pasa?
Niño: Ella me gusta mucho.
Niña: Habla con ella.
Niño: No lo se... yo nunca le gustaria a ella.
Niña: No digas eso, tu eres fabuloso!
Niño: Solo quiero que ella vea como yo me siento.
Niña: Pues cuentale como te sientes.
Niño: Yo no le gustaria a ella.
Niña: ¿Como lo sabes?
Niño: Porque lo se... Se le nota.
Niña: Solamente cuentale como tu te sientes.
Niño: ¿Que le dire?
Niña: Cuentale lo mucho que estas enamorado de ella.
Niño: Yo se lo digo todos los dias
Niña: ¿Que quieres decir?
Niño: Siempre estoy con ella. La amo.
Niña: Se como te sientes. Tengo el mismo problema. Pero yo nunca le gustaria a el.
Niño: Esperate.¿De quien estas enamorada?
Niña: Pues de un niño.
Niño: A....ella tampoco estaria enamorada de mi.
Niña: Si, ella lo esta.
Niño: ¿Como lo sabes?
Niña: Porque,¿quien no estaria enamorado de ti?
Niño: Tu.
Niña: Estas equivocado. Yo te amo.
Niño: Yo tambien te amo.
Niña: Pues, ¿vas a hablar con ella?
Niño: Ya lo acabo de hacer.


.

terça-feira

Paciência





Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia..Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais"...

E o bem comportado executivo? O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar...

Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.

Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado...

Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.

Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.

A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.

Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.

E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai agüentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui?

Respire... Acalme-se...

O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...

NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL... SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA...

Pense nisto!!

 
Arnaldo Jabor (É o que diz a internet. Pode não ser...)

sexta-feira

Desabafo







Eu entendo que na maioria das vezes eu exagere. Que muitas vezes eu cometa erros que devem ser corrigidos pelas pessoas que me prezam. Só não compreendo o porquê de eu ter que mudar todo o meu comportamento o qual compõe minha personalidade, apenas porque as pessoas, que supostamente deveriam gostar de mim, acham que eu devo. Isso é amor? Isso é gostar?

Para mim é só um julgamento de valores.

Agora só porque a sociedade convencionou que os “homens de verdade” possuem certas características, todo homem que não as possui, não é um homem de verdade? Considero esse um pensamento extremista e que assim como todos os outros deve ser abolido do pensamento humano.

Num primeiro momento, as criticas são bem vindas e até ajudam na construção do caráter e de uma série de características que me agradam. No entanto, há limites para tudo. Principalmente brincadeiras maldosas que mascaram as verdadeiras intenções de quem as faz: julgamento, rotulação, e muitas vezes, o medo de que lhe façam o mesmo. É aquele velho ditado: “A Melhor defesa, é um bom ataque”. Acontece que esse pensamento machuca, causa sofrimento, gera lágrimas.

A única saída que eu vejo, é o afastamento. Por mais que eu goste dessas pessoas – é por isso que suas palavras me atingem tanto - devo mantê-las o mais distante possível. Isso também me causa dor, mas nem se compara com a sensação de ser apunhalado pelos meus melhores amigos.

Joukin Joukin

domingo

Hoje eu queria...






"Hoje eu queria encontrar um espaço,
onde pudesse deixar
isolada a minha dor.

Hoje eu queria sentar-me no chão,
e apoiar a cabeça no colo de alguém.

Hoje eu queria que
algum coração,
sentisse falta do meu.

Hoje eu queria poder encharcar
algum ombro,
com as minhas lágrimas.

Hoje eu queria esquecer,
que meu coração está
vazio, e minha alma está morrendo.

Hoje eu queria acreditar, que no
livro da minha vida, não estou
escrevendo a última página..."



Sandra Ribeiro


.

Na margem do rio...



"Na margem do rio Piedra...
Eu me sentei e chorei.
Conta a lenda que tudo que cai nas águas deste rio - as folhas, os insetos, as penas das aves - se transforma nas pedras do seu leito.
Ah, quem dera eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atira-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças.
Ás margens do rio Piedra eu me sentei e chorei.
O frio do inverno fez com que eu sentisse as lágrimas em meu rosto, e elas se misturaram com as aguas geladas que correm diante de mim.
Em algum lugar este rio se junta com outro, depois com outro, até que - distante dos meus olhos e do meu coração - todas estas águas se misturam com o mar.
Que as minhas lágrimas corram assim para bem longe, para que meu amor nunca saiba que um dia chorei por ele. Que minhas lágrimas corram para bem longe, e então eu esquecerei do rio Piedra, do mosteiro, da igreja nos Pirineus, da bruma, dos caminhos que percorremos juntos.
Eu esquecerei as estradas, as montanhas, e os campos de meus sonhos - sonhos que eram meus, e que eu não conhecia.''

Paulo Coelho



segunda-feira

A idade de ser feliz




Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.

Mário Quintana



domingo

DIALETO MINEIRÊS

Sapassado, era sessetembro, taveu na cuzinha tomano uma pincumel i cuzinhano un quidicarne cum mastomate prá fazê uma macarronada cum galinha assada. Quascaí di susto, quano ovi um barui vino didendoforno, pareceno um tideguerra. A receita mandopô midipipoca dentro da galinha prassá. O forno isquentô, o cardo mistorô a galinha isprudiu!! Nossinhora!! fiquei branco quineim um lidileite. Foi um trem doidimais!! Quasi caí dendapia. Fiquei sensabê doncovim, proncovô, oncotô. Óiprocevê quilocura!!! Grazadeus ninguen simaxucô."




Sou mineira e não falo assim. u.u   shushuashushas

sexta-feira

Me desfiz



Me desfiz de toda a lógica insensível de desejar não se ferir. Por quê não se perder no turbilhão de sentidos, cheiros e cores ? Por quê não se perder na bagunça humana, nas faces, no concreto? Para então se encontrar na suavidade da alma, alimentá-la com sonhos, sorrisos, paz... Eu quero poder sempre acreditar na mudança, no possível. Afogar-me na poesia da vida e festejar pelo que já foi conquistado. Os corajosos acabam sempre por entender que a única razão inteligente é a do coração.

Géssica Sena

sábado

Só por hoje


 
"Só por hoje direi que estou de mal com a depressão e se ela der as caras aplicar-lhe-ei vinte bofetões de alegria.
Só por hoje darei alta aos analistas, psicólogos, psiquiatras, conselheiros, filósofos e proclamarei que se antes eu era porque era o que eu era, agora sou o que sou porque sou tão feliz quanto penso que sou.
Como pensou que sou feliz, logo sou.
Só por hoje direi que a vida é uma festa, acreditarei que a vida é uma festa e farei da festa a minha vida.
Só por hoje admitirei que todo homem nasce feliz, passa a infância feliz, depois cresce e esconde a felicidade para que não a roubem, só que daí esquece onde a colocou.
Mas só por hoje lembrarei que estás na minha mente.
Só por hoje rirei à toa e contar-me-ei uma piada tão velha quanto a história daquele sujeito que olhava por cima do óculos para não gastar as lentes.
Só por hoje, revelarei ao mundo que sou feliz e chamarei de absurda toda opinião contrária.
Só por hoje acreditarei que ri melhor quem ri por si mesmo.
Já estou rindo.
Só por hoje informarei a todos que sou tão feliz quanto resolvi ser.
Só por hoje guardarei a serenidade no baú e deixarei que a criança interior brinque comigo o tempo todo.
Só por hoje estarei tão bem-humorada que rirei até daquele anúncio que diz:
"Vende-se uma mala por motivo de viagem."
Só por hoje admitirei que ser feliz é tão simples quanto dizer que sou feliz.
Só por hoje estarei tão feliz que não sentirei falta de sentir falta da felicidade.
Só por hoje expulsarei da minha casa a tristeza e hospedarei a alegria, o sorriso e o bom-humor.
Só por hoje abrigarei a felicidade sob o meu teto, vesti-la-ei com roupas de bem-estar, dar-lhe-ei a comida do sorriso, a bebida da alegria e a divertirei com conversas agradáveis e positivas.
Só por hoje me divorciarei do passado, romperei o namoro indecoroso com os males do presente e casarei indissoluvelmente com a felicidade.
Só por hoje hastearei a bandeira do bom-humor sobre meu próprio território.
Só por hoje decidirei que sou definitivamente FELIZ."

Paulo Trevisan




sexta-feira

Enxergar além do óbvio sempre...


Tenho tido tanta sede pelo que é novo, diferente. Estou cansada das velhas caras e rotinas, da minha falta de movimento e das pessoas, me sinto estagnada certos dias inteiros. Dias que ao acordar, sinceramente sinto que não sou daqui. Não me satisfaz as imagens frias e limitadas que foram criadas. A minha mente me dá prazer. Ver o meu mundo interior irradiar o bem, o amor que eu cultivei e a fé em mim mesma me mantêm viva. Mesmo que eu me permita certos surtos, às vezes. Ninguém é tão forte todos os dias. Quem diz o contrário mente pra si mesmo na tentativa de sobrepor-se a amarguras. Corajoso é quem não tem medo de sofrer e atira-se à vida com a autoconfiança extremamente fortalecida, na intenção de que sobreviverá a qualquer padecimento. Eu me refaço em minhas dores. Me refaço quando sinto a energia de que sou feita, quando me desligo desse mundo estereotipado e vejo a mim. Realidade só alcançada quando amei plenamente e vi o essencial. E desse amor nasce a força que me leva aonde eu devo ir. Não sinto constrangimento em momentos de histeria. Preciso chorar! Sentir o peso de uma lágrima me faz entender a importância do respeito e do amor-próprio. Nunca deixarei de me questionar, renovar-me. Cumprirei minha missão de evolução. Alimentarei minha sede todos os dias com minha fé, sem deixar que a repugnância que sinto em relação a covardia humana me atormente infinitamente. Os tormentos só se sobressairão o tempo bastante para que eu crie anticorpos e me apaixone pela vida novamente. E rirei dos céticos que acreditam na existência da utopia. Utopia pra mim é ausência de alma, de espírito livre. Quem vai dizer o que é impossível sentir?
Enxergar além do óbvio sempre...




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