sábado

Só por hoje


 
"Só por hoje direi que estou de mal com a depressão e se ela der as caras aplicar-lhe-ei vinte bofetões de alegria.
Só por hoje darei alta aos analistas, psicólogos, psiquiatras, conselheiros, filósofos e proclamarei que se antes eu era porque era o que eu era, agora sou o que sou porque sou tão feliz quanto penso que sou.
Como pensou que sou feliz, logo sou.
Só por hoje direi que a vida é uma festa, acreditarei que a vida é uma festa e farei da festa a minha vida.
Só por hoje admitirei que todo homem nasce feliz, passa a infância feliz, depois cresce e esconde a felicidade para que não a roubem, só que daí esquece onde a colocou.
Mas só por hoje lembrarei que estás na minha mente.
Só por hoje rirei à toa e contar-me-ei uma piada tão velha quanto a história daquele sujeito que olhava por cima do óculos para não gastar as lentes.
Só por hoje, revelarei ao mundo que sou feliz e chamarei de absurda toda opinião contrária.
Só por hoje acreditarei que ri melhor quem ri por si mesmo.
Já estou rindo.
Só por hoje informarei a todos que sou tão feliz quanto resolvi ser.
Só por hoje guardarei a serenidade no baú e deixarei que a criança interior brinque comigo o tempo todo.
Só por hoje estarei tão bem-humorada que rirei até daquele anúncio que diz:
"Vende-se uma mala por motivo de viagem."
Só por hoje admitirei que ser feliz é tão simples quanto dizer que sou feliz.
Só por hoje estarei tão feliz que não sentirei falta de sentir falta da felicidade.
Só por hoje expulsarei da minha casa a tristeza e hospedarei a alegria, o sorriso e o bom-humor.
Só por hoje abrigarei a felicidade sob o meu teto, vesti-la-ei com roupas de bem-estar, dar-lhe-ei a comida do sorriso, a bebida da alegria e a divertirei com conversas agradáveis e positivas.
Só por hoje me divorciarei do passado, romperei o namoro indecoroso com os males do presente e casarei indissoluvelmente com a felicidade.
Só por hoje hastearei a bandeira do bom-humor sobre meu próprio território.
Só por hoje decidirei que sou definitivamente FELIZ."

Paulo Trevisan




sexta-feira

Enxergar além do óbvio sempre...


Tenho tido tanta sede pelo que é novo, diferente. Estou cansada das velhas caras e rotinas, da minha falta de movimento e das pessoas, me sinto estagnada certos dias inteiros. Dias que ao acordar, sinceramente sinto que não sou daqui. Não me satisfaz as imagens frias e limitadas que foram criadas. A minha mente me dá prazer. Ver o meu mundo interior irradiar o bem, o amor que eu cultivei e a fé em mim mesma me mantêm viva. Mesmo que eu me permita certos surtos, às vezes. Ninguém é tão forte todos os dias. Quem diz o contrário mente pra si mesmo na tentativa de sobrepor-se a amarguras. Corajoso é quem não tem medo de sofrer e atira-se à vida com a autoconfiança extremamente fortalecida, na intenção de que sobreviverá a qualquer padecimento. Eu me refaço em minhas dores. Me refaço quando sinto a energia de que sou feita, quando me desligo desse mundo estereotipado e vejo a mim. Realidade só alcançada quando amei plenamente e vi o essencial. E desse amor nasce a força que me leva aonde eu devo ir. Não sinto constrangimento em momentos de histeria. Preciso chorar! Sentir o peso de uma lágrima me faz entender a importância do respeito e do amor-próprio. Nunca deixarei de me questionar, renovar-me. Cumprirei minha missão de evolução. Alimentarei minha sede todos os dias com minha fé, sem deixar que a repugnância que sinto em relação a covardia humana me atormente infinitamente. Os tormentos só se sobressairão o tempo bastante para que eu crie anticorpos e me apaixone pela vida novamente. E rirei dos céticos que acreditam na existência da utopia. Utopia pra mim é ausência de alma, de espírito livre. Quem vai dizer o que é impossível sentir?
Enxergar além do óbvio sempre...




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